Lélia Gonzalez
Lélia Gonzalez foi uma grande professora, pesquisadora, antropóloga e ativista política. Uma das principais intelectuais e militantes negras do Brasil.
Nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais em 1º de fevereiro de 1935, era filha de um ferroviário negro e de uma empregada doméstica índia.
Fez faculdades de História e Filosofia, e fez seu mestrado em Comunicação Social, além de um doutorado em Antropologia Social.
Foi uma educadora e pesquisadora exemplar. Deu aula em diversos colégios cariocas, foi professora universitária em diversas universidades do Rio e também diretora do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio. Falava três idiomas: o inglês, o espanhol e o francês.
Era uma grande crítica das universidades e escolas, pois não tratavam as opressões de raça e gênero como deveriam. Jamais se calou diante disso, usando sua trajetória acadêmica para pesquisar a história do povo negro, incentivando o estudo de pensadores negros como resgate da história, história essa que foi sendo esquecida pelo racismo.
Lélia foi militante do Movimento Negro Unificado, e também participou do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, logo no inicio de sua criação.
Algo bastante peculiar e interessante sobre suas obras, é que eram em sua maioria, coletivas. Não adepta da escrita tradicional acadêmica, buscou dividir essa tarefa com outras pesquisadoras. Hoje é referência para diversos movimentos nacionais pela luta contra o racismo e o machismo.
Morreu no Rio de Janeiro, onde passou maior parte de sua vida, em 10 de julho de 1994, deixando um grande legado.
Lélia Gonzalez, MULHER DE LUTA.
Principais obras:
Livros:
- Festas populares no Brasil. Rio de Janeiro, Índex, 1987.
- Lugar de negro (com Carlos Hasenbalg). Rio de Janeiro, Marco Zero, 1982. 115p. p.9–66. (Coleção 2 Pontos, 3.).
Ensaios e Artigos:
- “Mulher negra, essa quilombola.” Folha de São Paulo, Folhetim. Domingo 22 de novembro de 1981.
- “A mulher negra na sociedade brasileira.” In: LUZ, Madel, T., org. O lugar da mulher; estudos sobre a condição feminina na sociedade atual. Rio de Janeiro, Graal, 1982. 146p. p.87–106. (Coleção Tendências, 1.).
- “Racismo e sexismo na cultura brasileira.” In: SILVA, Luiz Antônio Machado et alii. Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos. Brasília, ANPOCS, 1983. 303p. p.223–44. (Ciências Sociais Hoje, 2.).
- “O terror nosso de cada dia.” Raça e Classe. (2): 8, ago./set. 1987.
- “A categoria político-cultural de amefricanidade.” Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro (92/93): 69–82, jan./jun. 1988.
- “As amefricanas do Brasil e sua militância.” Maioria Falante. (7): 5, maio/jun. 1988.
- “Nanny.” Humanidades, Brasília (17): 23–5, 1988.
- “Por um feminismo afrolatinoamericano.” Revista Isis Internacional. (8), out. 1988.
- “A importância da organização da mulher negra no processo de transformação social.” Raça e Classe. (5): 2, nov./dez. 1988.
- “Uma viagem à Martinica — I.” MNU Jornal. (20): 5, out./nov.8
Referências:
- Perfil — Lélia Gonzalez. IPEA
- Hoje na História, 1935, nascia Lélia Gonzalez. Geledés Instituto da Mulher Negra, 1 de fevereiro de 2012
- Lélia Gonzalez: Mulher Negra na História do Brasil. Amaivos
- Lélia Gonzalez: pioneira do recorte de gênero no Movimento Negro no Brasil. ABPN, 13 de julho de 2009.
- RATTS, Alex. As amefricanas: mulheres negras e feminismo na trajetória de Lélia Gonzalez. Fazendo Gênero 9, agosto de 2010.
- RATTS, Alex, e RIOS, Flávia. Lélia Gonzalez. 1ª. Ed. São Paulo: Selo Negro, 2010. P. 13–14
- Prêmio Lélia Gonzalez. Observatório Brasil da Igualdade de Gênero.
- Heróis de todo o mundo — Lélia Gonzalez. A cor da cultura
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